O parlamentar voltou a criticar as declarações do presidente da Apex, Jorge Viana, na China, de que a pecuária ocupa áreas oriundas do desmatamento da Amazônia.
Em discurso na tribuna do Senado, na noite desta quarta-feira (29), o senador Alan Rick (União/AC) pediu respeito ao agronegócio brasileiro e lembrou que o país é protagonista da segurança alimentar no mundo. O parlamentar voltou a criticar as declarações do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, na China, de que a pecuária ocupa áreas oriundas do desmatamento da Amazônia. “O Brasil é um dos líderes na produção de alimentos e exportador reconhecido, inclusive, pela ONU. É um país capaz de alimentar o mundo, com o volume e qualidade necessários para as próximas décadas. Somos o país do Código Florestal, o mais rigoroso do planeta. Somos o país do agro, o agro que não para, o agro que emprega, o agro que inclui. Somos a produção e a sustentabilidade do mundo. Por isso, senhores senadores, senhoras senadoras, nós merecemos respeito!”, afirmou o parlamentar.
Alan Rick frisou a forte vocação agrícola do Acre, com clima favorável para o cultivo de culturas, como mandioca, milho, banana, soja, café, feijão, arroz, cana-de-açúcar e amendoim. “O setor agropecuário tem sido uma das principais fontes de desenvolvimento econômico do estado do Acre. O setor, além de crescer constantemente, gera empregos e aumenta a renda da população local”. Segundo o senador, a carne também se transformou em uma importante fonte de renda para a região, com um patrimônio bovino avaliado em R$ 10 bilhões e que chega a gerar cerca de R$ 1,5 bilhão em renda para 38 mil produtores rurais – sendo, entre esses, 25 mil pecuaristas.
Coordenador de Relações Internacionais da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no Congresso Nacional, o senador destacou o compromisso do Acre com a sustentabilidade e pediu mais investimentos em infraestrutura para a região, como a construção de ramais e a melhoria das estradas vicinais, assistência técnica permanente, como forma de alavancar o setor. “Faz-se necessário pontuar que o desenvolvimento do agronegócio no Acre acontece debaixo do guarda-chuva da sustentabilidade. Digo isso, pois uma das maiores verdades do agro brasileiro é a possibilidade de produzir de forma sustentável e ainda garantir a conservação dos recursos naturais”.
Potencial do Acre
De acordo com Alan Rick, o agronegócio representa 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Acre e gera cerca de 75 mil empregos diretos. Já a pecuária corresponde a 63% do Valor Bruto de Produção (VBP) do estado que, até setembro de 2022, chegou a R$ 2,36 bilhões. Já as exportações, nos últimos 24 anos, cresceram 3.646% em termos reais, pautadas em um potencial de crescimento da pecuária bovina de R$ 890 milhões por ano. Quanto aos empregos gerados do setor no estado, só em 2022, o aumento foi de 24% em relação a 2021.
“O Acre possui uma área agricultável de 390 mil hectares no eixo da BR-364 e da BR-317, com práticas de produção e escoamento. Em um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, é possível fazer até três safras ao ano, com infraestrutura, curvas de níveis e mecanização para fazer uma agricultura de baixo carbono e obter o máximo de produtividade e rentabilidade da terra”, finalizou o parlamentar.
Texto: Fernanda Domingues (liderança União Brasil)